14 setembro 2017

5 CONSELHEIRO DO TRIBUNAL CAEM POR RECEBE PROPINA

Caem 5 conselheiros do Tribunal de Contas de MT por propina de R$ 53 milhões

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MINISTRO LUIS FUX
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Blairo Maggi (Agricultura)
Na mesma decisão em que autorizou buscas na casa do ministro Blairo Maggi (Agricultura), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, ordenou o afastamento imediato de cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso, por suspeita de dividirem uma propina de R$ 53 milhões.
A decisão de Fux, relator das investigações abertas com base na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), atinge os conselheiros Antonio Joaquim, Valter Albano, Sérgio Ricardo, Valdir Teis e José Carlos Novelli.
O ministro autorizou a Polícia Federal a fazer buscas nos endereços residenciais e nos gabinetes dos cinco conselheiros de Contas. O expediente no Tribunal foi suspenso nesta quinta-feira, 14.
Segundo Silval, o conselheiro Novelli cobrou a superpropina de R$ 53 milhões em 2012 para supostamente não embaraçar as obras do MT Integrado, projeto de pavimentação de estradas. O ex-governador contou que o dinheiro seria rateado entre os cinco conselheiros.
A propina milionária foi paga, segundo a delação do ex-governador, em contratos de sua gestão com uma empresa de sistemas e empreendimentos – um contrato, no valor de quase R$ 50 milhões, foi fechado para digitalização de documentos do Estado.
Silval revelou que o conselheiro Novelli exigiu “garantias” de que a propina seria mesmo quitada, o que ocorreu por meio da emissão de 36 notas promissórias.
Segundo o delator, o ajuste com a Corte de contas ocorreu por meio de seu ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf e pelo deputado peemedebista Carlos Bezerra, que também teriam sido contemplados com propinas que teriam chegado a R$ 1 milhão.
Silval afirmou, ainda em sua delação, que um conselheiro, Sérgio Ricardo, indicou irregularidades nas obras do MT Integrado e que, depois do acerto, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta e as obras foram retomadas.
Suspensão
No site do Tribunal de Contas de Mato Grosso foi publicada uma nota sobre a suspensão do expediente na Casa. “O Tribunal de Contas de Mato Grosso informa que a sessão plenária que seria realizada nesta quinta-feira, 14/9, foi suspensa, assim como o expediente administrativo, com objetivo de não atrapalhar a ação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, que cumprem mandados de busca e apreensão na sede do TCE-MT.”

TEMER INFLUENCIA APROVAÇÃO DOS PORTOS



Temer influenciou diretamente a aprovação da MP dos Portos, diz Funaro

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O corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou em seu acordou de colaboração premiada que o presidente Michel Temer tem negócios com a empresas Rodrimar e por isso influenciou diretamente a aprovação da MP 595/13, conhecida como Medida Provisória dos Portos, para defender interesses de grupos ligados a ele. A MP foi aprovada em maio de 2013.
Na segunda-feira, 12, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito para investigar a relação de Temer com a Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP). “Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confiança do Presidente da República, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o próprio Presidente da República, em troca da edição de ato normativo de específico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A”, assinalou Barroso ao abrir a investigação contra Temer.
Em sua colaboração, Funaro, que é apontado como principal arrecadador de propina do grupo político de Temer, o PMDB da Câmara, não citou valores. Mas segundo o corretor, após a aprovação da MP, ele acredita que tenham recebido comissão o presidente Temer, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Funaro também não soube informar como foi operacionalizado os pagamentos, mas que Cunha teria contado sobre a atuação no caso dos Portos.
“Após a provação da MP acredita que tenham recebido uma comissão pela aprovação da mesma as seguintes pessoas dentre outras: Temer, Cunha, Henrique Alves (que era presidente da câmara a época), o Ministro dos Transportes, tendo conhecimento de repasses por Gonçalo Torrealba proprietário do Grupo Libra”, diz o anexo sobre o tema.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou em 2016 que graças a uma emenda parlamentar incluída por Cunha na nova Lei de Portos, o Grupo Libra foi o único beneficiário de uma regra que permitiu a empresas em dívida com a União renovar contratos de concessão de terminais portuários. Na campanha de 2014, o Grupo Libra doou R$ 1 milhão para Temer, então candidato à vice-presidência.
“Essa referida Medida Provisória foi feita para beneficiar os grupos já instalados nos Portos, tendo Eduardo Cunha como o articulador e o responsável pela arrecadação frente a algumas empresas tinham interesse na redação dessa MP”, explica Funaro em um dos anexos aos quais o jornal teve acesso.
Defesas
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 13, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou que as declarações do corretor Lúcio Funaro não são dignas de crédito. “Versões de delator já apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como homem que traiu a confiança da Justiça não merecem nenhuma credibilidade. O criminoso Lúcio Funaro faz afirmações por ‘ouvir dizer’ ou inventa narrativas para escapar de condenação certa e segura”, diz o comunicado.
A Presidência também contestou a afirmação de que Temer, quando vice-presidente, tramava diariamente com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a deposição de Dilma Rousseff. “No caso do impeachment, o delator se arvora estar bem melhor informado do que os jornalistas de vários veículos de comunicação de Brasília, que acompanharam de perto todo o caso e noticiaram acordo fechado por Eduardo Cunha com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, pelo qual ele teria apoio do PT na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Esses veículos publicaram que, como o PT não cumpriu seu acordo, Cunha deu seguimento ao pedido de impeachment”, argumentou o Planalto.
O advogado Délio Lins e Silva Júnior, que defende Eduardo Cunha, afirmou que não vai se manifestar até a delação de Funaro ter seu sigilo baixado.
A assessoria de imprensa da Rodrimar divulgou nota sobre o assunto. “A Rodrimar recebeu serenamente a notícia de autorização do Supremo Tribunal Federal para a abertura de um inquérito determinado a apurar se o setor portuário foi beneficiado pelo recente ‘decreto dos portos’. Em seus 74 anos de história, a Rodrimar nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público”, diz o texto.
“Prova disso é que todos os seus contratos estão atualmente sendo discutidos judicialmente. O ‘decreto dos portos’ atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor de terminais portuários do país. Ressalte-se que não foi uma reivindicação da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o país. A Rodrimar, assim como seus executivos, estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário”.
A reportagem entrou em contato pelo telefone apontado na página do Grupo Libra como sendo o canal de comunicação com a empresa e encaminhou e-mail para o endereço disponível na site da companhia, mas não obteve resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.